quinta-feira, 28 de março de 2013

Eu sei que não sou o que sonhei



Olho para o espelho
e não vejo eu mesmo,
apenas uma sombra
já não me reconheço.

Ando pelas ruas,
caladas, frias e nuas,
olhares vários,
não encontro meu endereço.

Onde você quer chegar?
Onde esta sua coragem?
Não sou seu personagem
Seu desejo de amar.

O que você quer ganhar?
Se não há recompensa,
só sua indiferença.
Onde você quer estar?

Eu sei que não sou o que sonhei.
Eu sei que não sou o que sonhei.
Eu sei que não sou o que sonhei.
Eu sei que não sou o que sonhei.
Mas persisto além.

Então diz,
na minha cara, diz.
Que desistiu de nós
ou desta vida atroz.

Eu vi,
você dançar, eu vi.
Se libertar de nós,
seu desejo veloz

Eu li,
tantos livros, eu li.
para encontrar em nós,
meu animal feroz

Eu vi,
você cantar, eu vi.
Encantou todos nós
com o poder da sua voz

Eu sei que não sou o que sonhei.
Eu sei que não sou o que sonhei.
Eu sei que não sou o que sonhei.
Eu sei que não sou o que sonhei.
Mas persisto, amém.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Chegadas e Despedidas



Despertei deitado em um jardim,
grama verde oliva,
terra um tanto úmida, viva.
Abraçavam minha alma sem fim

Olhei em volta, o Verão se despedia
levava consigo seu calor
em seus braços carrega uma pilha de dores
escritas em papel de todas as cores
Acenou com a cabeça e disse:
- Tenha fé!

Eu não disse adeus, somente um até breve,
sei que voltará, mais forte, esplêndido,
com seu sorriso encantador,
com seu olhar libertador.
Falou pela última vez antes de partir:
- Viva e verás.

Borboletas de origami voam até mim
trazem as boas novas da vida
diversas formas coloridas
Nem tudo tem um começo, meio ou fim

Chega o Outono,
passos firmes e tranquilos.
Vestindo seu bronze couraçado
Parou, sorriu, sentou ao meu lado
Olhou nos meus olhos e disse:
- Chegou o momento de se descobrir.

O silêncio tomou conta de nós
O que foi dito propagou pelo jardim
transbordou minha alma
contagiou minha calma
Levantou, me abraçou e falou:
- Paz de espírito encontrará.

O Verão descansa em paz.
Alado desejo de viver.
O Outono boas novas traz.
Levou a tristeza no amanhecer.

Uma nova aventura outra vez


Ei marujo,
O que faz ai sentado?
Vestígios de um coração despedaçado?
Ei marujo,
Vamos para uma nova aventura,
esta é a única arma que te cura.

Há um mundo a descobrir
garanto  a redescoberta do viver
as luzes de um novo amanhecer
sei que irá sorrir

Marujo sua vida é no mar.
Ondas revoltas a sobrepujar.
Distancias herméticas a se alcançar.
O destino improvável a se revelar.
A calmaria da noite para acalentar.
O canto das sereias a te encantar.

Em terra seu destino naufragou.
O amor é sempre incerto,
mas há novas histórias nesse livro aberto.
O chamado pela vida ecoou.

Ei marujo, não fique ai parado.
Seu destino esta lançado.
Vento soprando com rapidez.
Uma nova aventura outra vez.

Heróis e Vilões


Todo herói também é um vilão.
Faces tristes na multidão.

A caminhada do herói chega ao fim,
olhares desolados,
corações despedaçados,
flores mortas no jardim.

Dedique-se ao amor,
viva sem rancor.
O tempo nunca é o bastante,
esqueça todo o restante.

Todo herói também é um vilão.
Sua luta não foi em vão.

Um vilão talvez maldito,
destruindo as aparências,
falando sem consequências,
viver foi seu maior delito.

Respeite a diferença,
haverá sempre recompensa.
Aprenda com o conflito,
paz de espírito, infinito.

Todo herói também é um vilão.
Só os fortes entenderão.